Em Julho, passei alguns dias em São Paulo com minha amiga, M.. Nem todos aqui sabem, mas sou atriz e professora de teatro, assim como M. e, portanto, o foco do passeio eram espetáculos e cursos de teatro. Mas, como toda boa vegana louca por comida, arrastei minha amiga por diversos pontos gastronómicos. A viagem rendeu algumas postagens, de dicas de lugares para comer à receitas com ingredientes que comprei na viagem.
No último dia de viagem convenci M. de me levar ao mercado. A verdade é que eu queria ir mesmo era pra Zona Cerealista, que é bem próxima ao Mercado Municipal.
Como o tempo era curto, acabei pesquisando pouco os valores e, portanto, não sei dizer se fiz as compras no lugar mais econômico. Mas das poucas lojas que pude espiar, a ANDORRA, foi a que me pareceu mais simpática. Logo que entrei já escutei um vendedor aconselhando uma senhora sobre receitas vegetarianas. Ouvi soja, lecitina, leite de amêndoas...abri um sorriso. Dei uma olhada nos preços e estavam na média dos poucos que conseguir pesquisar, acho que uma noz mais cara, outra amêndoa mais barata, mas o principal: tudo absurdamente mais barato do que eu costumo encontrar. Principalmente o funghi. Ah...o funghi! Fui logo pegando um carrinho e incorporando a "dona de casa às compras no supermercado". Minha mãe ligou perguntando onde eu estava e eu não resisti: "No paraíso!". rs
Pistache, amêndoa, goma de tapioca, bife de proteína de soja, macadâmia, noz, fungui, farinha de glúten, nori, temperinhos, aspargo em conserva, linhaça dourada, melado de cana e nem lembro mais o quê. E esse último com um preço de fazer rir. R$5 e pouco em uma garrafa de 1,2l sendo que aqui, o vidrinho com 250ml, não saem por menos de R$7. O cheirinho dos pães de melado já me subiram a cabeça.
É a coisa mais linda passar uma compra riquíssima, como essa, pela caixa registradora e não arrancar os cabelos com o estouro do cartão de crédito!
Mas, como tudo na vida tem seus lados negativo e positivo. Este não foi diferente. Quando chegou a noite eu chorava de dor nos braços de tanto peso que carreguei (isso porque quem carregou a parte mais pesada foi M. que é duas vezes maior e mais forte que eu! rsrs...Não, ela não é grande...eu é que sou pequenina mesmo! hehe). Ao mesmo tempo que olhava aquelas compras e elas me pareciam poucas (visto que sei lá quando vou conseguir voltar a Sp e repetir a façanha) e eu lembrava de inúmeras outras coisas que eu poderia ter comprado, eu me conformava porque não caberia nem mais uma "castainha" na mala, a qual tive que fiscalizar do Bela Vista ao Tiete, pois parecia que iria estourar a qualquer momento. Estava um chumbo! A mala, somada às sacolas excedentes, pareciam deformar meu cor e afunda-lo junto ao chão. A primeira opção para regressarmos era: ônibus-metrô-rodoviária, o que mudou depois de vermos uns 5 ônibus entupidos no início do horário de pico da capital. Nos rendemos ao taxi. Em minha cabeça, imagens da mala explodindo dentro do ônibus lotado eram frequentes. Parece que tudo ficou lindo, se não fosse olhar para trás e ver a escada de quinhentos mil degraus que subimos para pegar o ônibus e agora, teríamos que descer. Inexplicável o alívio que senti quando sentei naquele banco de táxi.
Bom, é melhor não lamentar por não ter comprado mais coisas. rs
Ah é! A receita!
A primeira comidinha que fiz logo que cheguei foi um praliné de amêndoas, nozes e macadâmias. É bem simples de fazer, você encontra a receita em vários blogs de culinária pela net. A minha, digamos, é uma resenha de tudo, porém, com um toque especial para agradar ainda mais os sentidos: especiarias!
Hummmm já consigo sentir o cheirinho...
Ingredientes
250gr de amêndoas, nozes e macadâmias misturadas (Ou qualquer outra variedade que preferir)
1 xíc. de açúcar
Uma colher de chá de fermento em pó
1/4 de xíc. de água
Gengibre em pó a gosto
Cravo em pó a gosto
Canela em pós a gosto (mas em maior quantidade que os dois acima)
Modo de fazer:
Misture tudo em uma panela e leve ao fogo alto mexendo sem parar por uns 10 minutos aproximadamente.
O ponto, você escolhe. Se desligar do forno com a calda ainda pastosa, vai obter um crocante. Se deixar até o açúcar virar uma farofa vai obter o praliné. Pelo que li por ai também dá pra passar do ponto do praliné, mas eu não sei o que dá.
Quando encontrar o seu ponto, transfira para uma forma de metal e espalhe bem para que não grudem muito umas nas outras. Nessa retire o máximo do açúcar da panela pra ter menos trabalho na hora de limpar.
Dica bacana: A "farofinha" de açúcar que não grudou nas oleaginosass pode ser usado para cobertura de bolos, adoçar bebidas ou acompanhar sorvetes
BON APETTIT!
Em tempo:
Hoje é o aniversário dessa minha amiga coisa linda que eu amo, então, fica aqui minha homenagem a essa pessoa ímpar que se deixa ser arrastada pelo mundo vegano sem fazer cara feia (quer dizer, QUASE sem fazer cara feia...segredinho de Escher), e olha que eu sei que não é fácil, eu sou difícil, quero ver tudo e sou enrolada, haja paciência! hhaahahah
Má, obrigada por me aguentar e fazer parte da minha vida!
Feliz aniversário! ♥